segunda-feira, 28 de março de 2011

Pensamentos esquecidos

E como esqueci. Isso é só um textinho que escrevi enquanto estudava ainda. Achei aqui na pasta das relíquias desse pc, e é engraçado, porque tem coisas ali que dá pra ver o quanto tempo passou desde que eu escrevi. Sem mais, boa semana para todos. 





Sozinho em casa.



  Enquanto pensava sobre o que escrever e já de cara me decidia, fiquei com muito medo que esse texto ficasse um pouco grande e dele ter uma moral meio clichê. Mas como nunca liguei mesmo, não vai fazer diferença. É bem melhor do que falar sobre coisas repetitivas que os donos de blogs e vlogs estão cansados de falar.
   Desde domingo minha mãe está fora de casa com meu irmão, dormindo na casa de uma amiga. E eu, que não sou um ser nem um pouco solitário, decidi não ficar na casa do meu pai essa semana e vir, mesmo com os protestos de minha mãe ao celular para que eu não ficasse sozinho em casa. Desde então venho notando como é difícil por uma casa em ordem. A minha não é muito grande, mas dai dizer que é pequena não colaria. As vezes eu peço muito por uma casa bem maior, e é nesses momentos que descreverei que agradeço pelo tamanho de onde moro. Como disse anteriormente, a casa não é pequena e dá muito trabalho para se arrumar. Principalmente a mim, que fui criado em um típico modelo de família até certa idade (mãe,pai e irmã mais velha).
   O medo da moral clichê citado acima foi o fato de eu poder pensar: - Puxa! Como minha mãe consegue?  Sim,sim. Desde domingo venho tentando por tudo em ordem. Saio do colégio (dessa semana de provas que parece nunca acabar), venho para casa, começo a arrumar, e hoje, pode parecer mentira,mas só consegui sentar agora na frente do computador, e são quinze para a meia-noite.
    É, o dia hoje foi mais do que cansativo. Tirei a manhã para poder arrumar o meu guarda-roupas que nunca fica arrumado. Separei algumas roupas que não uso (por dois motivos. Um: algumas nem mesmo cabem em mim. Dois: E mesmo as que cabem, as vezes olho e penso: - como posso usar uma coisa dessas?) Arrumar tudo o que presta e o que não presta: nos armários, nos quartos, na geladeira, na sala... No caminho Escola/Casa, passei na casa de uma tia minha para poder deixar duas calças jeans a serem apertadas nas pernas e depois decidi ir na casa do meu pai para poder pegar um DVD que chegou de uma encomenda minha do MercadoLivre. Chegando aqui, arrumei toda a sala enquanto arquitetava a ideia de fazer um bolo de cenoura. Enquanto ouvia Panic!at the disco no aparelho de dvd, começava a preparar os ingredientes do bendito bolo, colocava o forno elétrico para pré aquecer e deixava o arroz lavado escorrendo até secar. O fichário em cima de uma pilha de roupas sujas (as quais separei para lavar amanhã cedo) aberto na matéria de biologia para poder dar pelo menos uma lida devido á prova do dia de amanhã. A calda do bolo de cenoura não saiu do jeito que esperei e tive que preparar outra, e para completar minha desalegria (preferi usar do neologismo à usar a palavra tristeza), o bolo, ao ser retirado do forno acabou por murchar. O celular tocou e me distrai um pouco conversando, mas sem parar de fazer o que estava fazendo. Até consegui arrancar risadas de quem estava do outro lado da linha quando disse que estava no meu momento Escrava Isaura. Uma vez desocupado com o bolo, corri para fazer o arroz, que por sinal ficou bem solto e saboroso e ferver o feijão temperado. Enquanto as coisas estavam no fogo, comecei a organizar a cozinha, lavando a louça que estava parecendo o Everest. Hipérboles a parte, a pilha estava grande mesmo. Como ainda sou noviço em serviços domésticos, preferi fritar uma linguiça com rodelas de cebolas à fazer algo que demorasse mais. Com arroz, feijão e linguiça acebolada prontos, pude tomar banho.
   A água teve um efeito mágico sobre minha pele: todas as moléculas pareciam ficar estáticas e relaxadas nesse momento. Meus pensamentos vagavam por todos os cantos. Tudo que eu mais precisava naquele instante era uma boa companhia para desfrutar da minha solidão na casa e aprovar (ou não) minha comida. E de preferência, a pessoa que havia me ligado mais cedo.
  Quando enfim pude sentar no sofá para comer calmamente e ver um pouco de tv, fiquei pensando (a parte clichê) que as mães (as vezes os pais também) realmente têm toda a razão de reclamar. Reclamar que nós não fazemos nada. Reclamar que deixamos algo fora do lugar. Reclamar que não nos esforçamos para lavar um prato ou uma cueca. Reclamar justamente por não fazermos noção de como é a vida deles. Hoje eu finalmente pude perceber. E notei que num futuro nada distante estarei trabalhando e morando sozinho, ou seja, virão mais e mais dias desses.
  Portanto, agora que consegui fazer o que fazia sempre (sentar na frente do computador e escrever) o sono bateu e eu não pediria mais nada se tivesse alguém me fazendo uma boa massagem ao som de Bittersweet Symphony do The Verve ou melhor, de Comptine d'un autre ete música do Yann Tiersen no filme O Fabuloso Destino de AmeliePoulain . Mas como a massagem vai ficar apenas na minha imaginação, a prioridade agora é ir dormir e acordar cedo amanhã para poder lavar as roupas,que não gosto de jogar tudo na máquina de lavar,senão acabam ficando velhas e surradas. E claro, torcer que minha mãe volto logo.
   

         Rafael Amorim.


PS: o bolo até que ficou bom.

Um comentário:

Ivan Roberto disse...

Adoro bolo de cenoura
Bittersweet Symphony é minha música
Faço massagens profundas e relaxantes
Ontem comversei com a Amelie Poulain sobre vc.