domingo, 4 de dezembro de 2011

Três vezes adolescente.

Desenrola (2010/88 minutos)

Não sei se é porque acho a Olívia Torres uma excelente representante da nova geração de atores mas esse filme me surpreendeu bastante. A princípio, quando fui assisti-lo, pensei ser apenas mais uma daquelas enrolações de pré adolescentes que o cinema brasileiro costuma produzir. Engano meu.

A história gira em torno da protagonista, Prisicila, que após quase se afogar descobre o quão triste seria morrer virgem.  Depois descobre que ficará sozinha em casa por 20 dias sem os pais, pela primeira vez. Uma das coisas mais desejadas pelos adolescentes. E neste curto espaço de tempo sua vida passa por grandes mudanças: ela acaba se apaixonando, leva um pé na bunda, paga os micos típicos da adolescência e descobre que nada é exatamente como ela esperava. É um humor leve que me cativou do início ao fim. É aquele tipo de história que sempre acontece nas escolas que estudamos. As atuações são razoáveis. Nada que eu não esperasse, mas não conta como um ponto ruim para o filme. Assista sem esperar nada e no fim eu sei que você dirá: Até que essa bobeirinha de adolescentes foi bem legal.

Antes Que O Mundo Acabe (2009/100 minutos)

Lembro da minha sétima série: eu vivia enfurnado na sala de leitura da escola depois das aulas. E certa vez um livro me chamou a atenção. Antes Que O Mundo Acabe me prendeu até a última palavra e quando, três anos depois, na época em que a internet entrou na cabeça de todos, eu soube que havia um filme em produção não consegui acreditar.

Não há muita diferença entre livro e filme. É a história de Daniel, um adolescente como outro qualquer, que tem problemas como outro qualquer. Há uma namorada que não sabe bem o que quer, um amigo que se mete em apuros e é acusado de roubo e as constantes brigas com uma irmã mais nova. As mesmas coisas de sempre, a não ser pela chegada de uma carta do pai que ele nunca conheceu. Junto com as cartas, ele é bombardeado de fotografias da Tailândia, onde a vida parece ser mais difícil de encarar, fazendo-o encarar a realidade de uma outra forma.

Meu fascínio pela cidade de Porto Alegre me fez cair de cabeça nessa história. Os cenários são bem simples e mostram com total cuidado as vidas paralelas e nada parecidas de pai e filho. O trio principal de atores mostram que não domina apenas o sotaque, mas todo um papel completo de adolescentes que nem sempre sabem o que querem da vida.

As Melhores Coisas do Mundo (2010/ 107 minutos)

De todos os filmes sobre adolescentes que citei aqui, este é um dos mais realistas em minha opinião. Em compensação as atuações perdem para os dois acima. Mas é claro que não é por isso que vamos desconsiderá-lo.

Francisco Miguez é o personagem Mano, e consegue traduzir todos os sentimentos vivenciados nessa etapa da vida: os 15 anos. Com os pais se separando por um motivo nada convencional aos olhos dele e de Pedro, seu irmão, Mano ainda dedica-se a conquistar a garota mais popular da escola sem se dar conta que Carol, sua melhor amiga, está apaixonada por ele e ao mesmo tempo por um professor. Em meio a estas situações, Mano precisa lidar com os colegas de escola em momentos de diversão e também sérios, típicos da adolescência atualmente.

Denise Fraga, Zé Carlos Machado, Caio Blat e Paulinho Vilhena compõe o núcleo de atores adultos e vivenciam o drama juntos com o elenco infantil. Excelente roteiro e fotografia na minha opinião. É um filme com sentido diferente para cada pessoa que o vê porque as melhores coisas do mundo não têm definição.

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