quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Gentileza gera Gentileza

                                                                                                            foto: Pablo Jacob

Começar uma postagem com uma notícia dessas não é tão confortável como eu esperava começar o ano. Mas a chuva que chegou no Rio nessa madrugada (3) tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e nos telejornais. Após a desconfortante onda de calor que acometeu o Estado, a chegada da chuva deixou inúmeras famílias desabrigadas e obrigou o decreto de estado de emergência no município de Xerém, em Caxias aqui no Rio.

Em Angra, 172 pessoas estão desalojadas. Em Mangaratiba, também na Costa Verde, o número chega a 130, sendo 113 em abrigos e 17 em casa de parentes. Em Teresópolis, 50 pessoas ficaram sem suas casas, em cada cidade. Já em Petrópolis, são 40 pessoas desalojadas. É o que aponta o  site G1. Mostrando que a força das águas da chuva causou o caos nesses municípios e que nesse momento estamos atados a qualquer tipo de solução a não ser esperar que passe. No último balanço divulgado pela Defesa Civil já se tem informações de 3 mil pessoas desabrigadas, 8 desaparecidas e 1 morta.

Mas entre essas tragédias algo me chamou a atenção. Como aquele raio de luz no meio da tempestade. Muitos contatos no meu facebook compartilharam uma foto de um homem que estava ajudando os desabrigados em Xerém.  Ele me pareceu bem familiar, e ao clicar para ampliar a notícia me deparei com Zeca Pagodinho. Como não pensei antes? Sempre soube que ele tem um sítio e uma casa nas redondezas do município. 

O sambista disse, em entrevista à Rede Globo, que acordou às 6 horas da manhã para distribuir cestas básicas e roupas nos abrigos instalados nas igrejas da região. "Estou aqui há quase 20 anos. Adoro isso aqui, meus filhos foram criados aqui. Nunca vi algo parecido. Está triste. Lá em cima a situação está muito ruim. Tem criança desaparecida, tem família soterrada. Tem casa que desceu rio abaixo. A gente está aí, desde as 6h da manhã, ajudando, mas está triste". Além das cestas básicas, Zeca abrigou um casal de vizinhos e os dois filhos, uma menina de 1 ano e um menino de 5 anos. A família perdeu a casa após o temporal na região. E ainda completou: A Defesa Civil precisa vir aqui para poder ajudar essas pessoas que perderam desde as casas até alimentos e móveis. Vou estar sempre por perto para ajudar o meu povo."

A atitude de Zeca Pagodinho bem que poderia desencadear mais ações louváveis de moradores da região ou de qualquer outra área que passasse pelo mesmo problema. Um ser humano que até então eu não conhecia além das composições e da figura regada à álcool nos shows. Depois de hoje eu tenho certeza de que o "amor aos pobres" da Regina Cazé não vai fazer mais tanto sentido comparado ao ato, que podemos afirmar ser com todas as letras, heroico do sambista.

                     
                                                                                                        foto: Cléber Junior

Um comentário:

Jane C. disse...

Oi Fael!
Eu sou suspeita para falar de Zeca, sou admiradora de longa data deste cara por seu alto astral e alegria, além, é claro,da boa música. Porém, ao vê-lo em ação hoje em meio à tragédia em Xerém,não pude deixar de ficar emocionada.
Muita gente há de dizer: e daí que ele ajudou?Não fez mais do que a obrigação.Sim,qualquer cidadão que possa ajudar tem mais é que fazê-lo mesmo. O belo nisso tudo é a gente ver que num mundo onde as pessoas são tao individualistas, quem melhora um pouco de vida esquece o passado e quem faz parte dele, vemos o artista consagrado abrindo mão do seu conforto e comodidade para ajudar a quem precisa.Não só o fato de ele estar lá, mas o sentimento na voz e no olhar dele disseram tudo. Se antes eu aplaudia o artista Zeca Pagodinho,agora posso aplaudir também o homem Zeca Pagodinho.Enquanto tanto artista diz que adora estar perto de pobre,ele estava lá em um momento em que poucos se disporiam a estar.