quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O pouco Espetacular Homem Aranha



Escrevi essa crítica em Julho passado (época de fim de namoro, brigas com amigos e familiares, projeto final no técnico) e só agora me senti a vontade para postá-la. Na época, além das coisas que citei, ainda sofri um bloqueio mental que me fez enjoar um pouco do blog, mas decidi tirá-la do arquivo caso alguém ainda não tenha visto o filme. Se já assistiu, é sempre bom ler, não perca esse hábito!

Ontem, a fim de não ficar em casa curtindo a primeira e tão esperada semana de férias decidi ir ao cinema, coisa que eu tentava fazer desde a última sexta-feira. O final de semana foi inteiramente uma tentativa falha de ver o tão aguardado – e espetacular – Homem Aranha. Enfrentei filas e esgotamento de sessões, mas ontem, depois de encarar uma fila que se estendia do andar do cinema até a praça de alimentação pude finalmente ter em mãos o ingresso para a sessão das 21 horas.

Preferi não ler nenhuma crítica antes de ver o filme e escrever esse texto. Não gosto de me contaminar com opiniões alheias. Sejam elas boas ou ruins. Fico em dúvida se avalio como filme ou adaptação. O problema todo é que não posso avaliar tanto como adaptação, pois nunca me interessei muito pelas HQ’s. Em toda minha infância e adolescência só tive algumas poucas revistas do Aranha. Mas como filme, confesso que de espetacular só tem a computação gráfica, e olhe lá. 

O filme não é de todo ruim. O excelente Eduardo Saverin, digo, Andrew Garfield (de A Rede Social) fez o que Tobey Maguire tentou fazer em três filmes da sequência dirigida pelo Sam Raimi. E olha que eu não levava fé nesse Andrew. O problema é que nunca vi um Peter Parker tão descolado como ele, a não ser depois de ter terminado a escola e casado com a Mary Jane. Então fico naquela dúvida eterna sobre o que pensar da versão Andrew-Aranha. Mas a Emma Stone (de Amizade Colorida) sim! Essa ai tirou o estereótipo que esperávamos de uma mocinha (culpa de Kristen Dunst) e foi pra cima com tudo interpretando Gwen Stacy. A atuação de Rhys Ifans (de Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1) como o Dr.Connors não deixa a desejar, mas confesso que a maquiagem me deixou um tanto quanto decepcionado. A intenção foi captada: deixar o Lagarto com traços humanos, como o Médico e o Monstro. O problema é que você imagina muito mais um dinossauro do que o próprio vilão. Por um momento até me representou Spaw, o Soldado do Inferno. Só que escamoso.

O que julguei por ser um filme extremamente tedioso foram alguns pontos que não pude deixar de notar. Um deles foi ter quase dormido na primeira meia hora. Há muita enrolação, cenas com piadas falhas, e para a minha maior decepção, Steve Kloves (roteirista da série Harry Potter) ajudou a montar um roteiro totalmente desprovido de simpatia, na falta de uma palavra melhor. É mais um daqueles filmes que geram muita expectativa e acabam errando na mão de alguns elementos. Elementos esses que eram essenciais para fazer tanto sucesso como Os Vingadores (tido atualmente como a  3º maior bilheteria) Não pude deixar de sentir falta de coerência e coesão. Um roteiro fraco, digno de Tela Quente. É um filme que prende o espectador pelas ótimas cenas de briga, pela destruição e efeitos sonoros perfeitamente colocados nos momentos em que esse espectador possivelmente estava cochilando.  Sem contar os erros de continuação. De que afinal se trata o filme? Em suma, é um filme que mostra muito e fala pouco. É uma explosão de fogos de artifícios, em que você fica deslumbrado com tanta informação, mas só capta a mensagem em momentos esporádicos.

Claro que não podia faltar à ilustre participação de Stan Lee, responsável pela criação de inúmeros heróis da Marvel e que faz pequenas aparições em seus filmes. Talvez a cena em que o escritor, roteirista e produtor apareça tenha sido a que mais me fez rir, mesmo sendo em apenas alguns segundos durante uma luta do Aranha com o Lagarto. Tenho certeza de que não é meu senso de humor, mas o humor forçado da produção.

Ainda não li muito sobre as continuações, mas espero de coração que superem esse, que eu tanto criei expectativas, em todos os quesitos. E claro, que tenham meus vilões favoritos a ponto de me fazer lembrar da minha infância jogando Homem Aranha no extinto Mega Driver. E para fechar, sei que muitos vão ler isso e talvez discordar. Mas devo frisar mais uma vez que pouco avaliei de adaptação, e que deixou a desejar para um filme que tinha tudo para superar sua trilogia anterior. 

Ficha Técnica
Diretor: Marc Webb
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen, Sally Field, C.Thomas Howell, Embeth Davidtz, Chris Zylka, Denis Leary, Campbell Scott, Irrfan Khan, Kelsey Chow, Stan Lee, Amber Stevens, Annie Parisse, Michael Massee, Hannah Marks, Skyler Gisondo, Max Charles, Barbara Eve Harris, Miles Elliot, Hannah Lloyd, Patrick Alan Davis, Charlie DePew, Eric Silver, Leif Gantvoort, JakeKeiffer, Jacob Rodier, Andrea Sixtos, Maury Morgan
Produção: Avi Arad, Matthew Tolmach, Laura Ziskin
Roteiro: Alvin Sargent, James Vanderbilt, Steve Kloves
Fotografia: John Schwartzman
Trilha Sonora: James Horner
Duração: 137 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: Columbia Pictures / Marvel Enterprises / Marvel Studios / Laura Ziskin Productions
Classificação: 10 anos

Um comentário:

Gabriel Moreira disse...

Olha, eu sou um fã do Aranha, sempre acompanhei sua história, e gostei bastante do filme. Porém realmente ele peca nos pontos que você apontou. Adorei a crítica, é bem embasada. E nada desanimadora, apenas alerta ao público o que vai encontrar pela frente hahaha. Muito sucesso, Rafa! Você merece! Saiba que tem um grande admirador aqui ;)

Beijos do Gabe.