domingo, 10 de março de 2013

Escritos da ausência de despedida



De princípios me desarmei
E me convenci da real verdade
De que te encontrar mais uma vez
Acometido da vontade
Conseguiria exilar
A esmagadora saudade.
Me peguei na sua rua,
Caminhando pelo sol
Bati no teu portão,
Fui parar na tua porta
E parei na tua cama,
Desforrando o teu lençol.
Mas fui covarde ao omitir
Não te dizer a verdade
Que eu só estava ali
Pelo tamanho de uma vaidade
Ser tão grande quanto à vontade
De aniquilar essa saudade.
Mas joguei com a minha sorte
E se antes não tinha o que perder
Ao apostar no meu azar
Hoje, ganhei sem pedir
Mais lembranças de um jogo
Ao qual me obriguei a parar.


Sobre versos, confesso agora
Que estive perto do fim
Não vou cobrar juras de amor
Mas espero o tempo que for
Para você cobrá-las de mim.
E ouvir de você
O tão esperado valeu a pena
Com direito ao beijo
O sabor reencontro
Para compor a minha cena.
Essa cena que é um fantasma
De um passado que não passou
A dor então se fez presente
No meu peito faz morada
E na mente estacionou.
Ontem, em tua cama,
Outrora em tua vida
Na próxima quinta-feira
Será uma cena esquecida
O nosso sexo foi uma dádiva
Teu beijo o meu presente
Me torno passível a tua querência
Mesmo querendo seguir em frente
Que apesar da atual condição
Ainda possa existir a gente.
Todavia teu beijo contido
E a culpa no teu olhar
Me deixou envergonhado,
Despido e nu
Sequer de lembrar
Que maior que a minha saudade
Foi essa terrível vontade
De partir querendo ficar.

Rafael Amorim

Um comentário:

Marcia Sant' Anna disse...

Esse é o "meu" poeta...rsrs