Numa sala fria qualquer
com um nome falso qualquer
um João, um Pedro, um José.
No emaranhado de fios
Ele navega na rede
Como se veleja um navio
O mouse é o mastro
O monitor, a vela
Qualquer emoção é contida
e presa
do outro lado da tela
Numa sala fria qualquer
de um frio site qualquer
ele pode ser João
além de Pedro e José
pode ser quem quiser
Já não sente mais arrepio
na popa do seu navio
trocou o coração por um fio
e a rede o fez frio
Não sabe mais se é Mário,
se é Luiz ou se é José
Só sabe que se perdeu
E naquele site qualquer
lhe foi tomado o direito
de ser quem ele é.
Rafael Amorim
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