Fazia tempos que eu não falava sobre ele aqui. Falar de Harry Potter pra mim é como falar de dinheiro pro Eike Batista. Quem me conhece sabe que se tem algo que me deixa falando por horas, é qualquer assunto que envolva a saga da J.K Rowling. Mas dia desses, acabei esbarrando em umas ilustrações e algo me acendeu as ideias. Quero dizer, todos nós (digo, os fãs ou os que já leram algum dos livros) sempre vimos as capas bem produzidas dos 7 volumes da série. No meu caso, aos 11 anos, a magia começou através da capa de A Pedra Filosofal, e não podia ir em bibliotecas ou bienais do livro sem sair procurando pelos outros volumes só para admirar suas capas. Em particular, tenho um apego pela capa do livro 6, O Enigma do Príncipe e, até então, nunca havia me interessado em pesquisar por mais trabalhos da pessoa responsável pelas ilustrações.
Então descobri que a responsável por toda a magia é a americana Mary GrandPré, atualmente com 59 anos. GrandPré é internacionalmente conhecida pelas ilustrações da versão americana de Harry Potter, o que inclui as capas dos 7 livros em terras brasileiras e em Portugal. Em 2007, numa entrevista ao Pioneer Press, Mary disse que sua arte cresceu junto com Harry. "Eu cresci muito como artista, e eu sinto que a última capa é a minha melhor. Se eu pudesse, teria um pouco mais de realismo, aproximaria-me mais de Harry, teria mais drama - mas você tem que viver com o que você faz", contou a artista. Seu traço inconfundível, trás um leque de detalhes em cada cena desenhada. "Eu tento fazer tudo ter um significado. Há uma razão pela qual algo está na ilustração. Eu não apenas coloco-o lá porque parece melhor. Realmente tem que ter um sentido ou uma parte da história tem que apoiá-lo." disse.
"A primeira capa era mais sobre uma grande cena acontecendo no livro. E, então, começou a fechar-se sobre Harry, e começou a lidar mais com toda a atmosfera. Por último, tomei as cortinas da primeira capa e as coloquei na última. Eu trouxe de volta alguns dos tons de pedras preciosas, mas mantive o Harry mais fortemente prestado." E quando questionada sobre o final de seus trabalhos junto do o último livro, contou que houve um pouco de alívio. "Quando ele (o livro) foi feito, teve de ser feito com essa parte da minha carreira. Agora, eu posso seguir em frente."
E o talento do traço de GrandPré não é só reconhecido pelos fãs da saga. Ela também é conhecida por ilustrar o livro How Jane Won da escritora Sylvia Rimm, que examina cinquenta mulheres bem sucedidas e suas vidas pessoais. Além de criar as ilustrações para o filme Formiguinhaz (Antz) em 1998, já recebeu prêmios da The Society of Illustrators, Communication Arts, Graphis, Print, and Art Direction, o que prova que a história do bruxo está repleta de mulheres que fazem a magia acontecer. Mary marcou, com seu traço, momentos da saga (que muitas vezes não foram para as telas) e deixou sua marca nessa que, não é só uma saga para uma década, mas para eras, segundo o mestre do suspense, Stephen King.
Ilustrações em ordem cronológica com os acontecimentos de cada livro:
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