quarta-feira, 1 de junho de 2011

Epitáfio Daquilo Que Um Dia Eu Sonhei Em Compor



Queria poder compor uma música
E essa música falaria sobre mim
Como sou, o modo como cresci
e tudo o que conquistei.
A música se chamaria Tormento
Inspiração de um tal Augusto dos Anjos
Que de anjo, assim como eu não tem nada.
Usaria muitas hipérboles também,
e saberiam que eu vivo morrendo de amor
tanto quanto morro pela sede do saber.
Tal canção teria quatro estrofes
para que fossem adaptados dezoito anos em seus versos.
Dezoito precoces anos de uma vida adulta
Que esqueceu de crescer
e vive precocemente às margens da angustia.
Da ansiedade, da velhice.
Minha música terminaria como um epitáfio:
" E AQUI JAZ UM HOMEM ENTERRADO VIVO;
MORTO PELA SUA VONTADE DE VIVER
E CONTRA SUA VONTADE DE MORRER.
VIVA EM PAZ, NÃO DESCANSE
APENAS VIVA."
E perguntariam sobre o que essa música fala senão morte.
A resposta logo viria,
tão clara para os esclarecidos
tão difícil para os que dificultam com sua ignorância.
Uma única e pequena palavra no fim do fim:
Tédio.

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